- Quando um objeto se espatifa no chão, jamais poderá ser igual ao que era antes, quando à tentativa de colar-los. Mas ele pode revelar outras formas, tão potentes, provocativas e reflexivas tão quanto ou mais que anteriormente.

 

Nossa história

  O grupo Teatro de Fragmentos surgiu com o Projeto II Perdidos, em março de 2010, com uma pesquisa cênica sobre o texto ''Dois perdidos numa noite suja'' de Plínio Marcos. Para além de ter como propósito uma encenação, também tinhamos em mente uma pesquisa aprofundada sobre as questões do universo masculino que o texto propõe, explorando novas formas de como mostrar essas questões para a sociedade. Também tinhamos em mente uma pesquisa sobre os conceitos de memória, tempo e espaço, sendo este último muito revelador para a construção das nossas propostas cênicas. O espaço influenciado pelos discursos masculinos e vice e versa. Para além de termos um espaço fixo para os ensaios, sempre fomos direcionados a explorar outros espaços como ruas, praças, bares, lugares abandonados e lugares públicos, como os equipamentos culturais.

Em março de 2010, quando o projeto estava começando, já existia uma  grande provocação, existia a vontade de fazer um experimento que revelasse uma forma imagética potente, uma poesia do espaço e no espaço, a revalorização da memória e uma apropriação do tempo externo e interno das relações sociais e subjetivas. Surgindo assim a tríade memória-tempo-espaço. 

A partir da escolha do texto surgiu o Projeto II Perdidos, que englobaria os conceitos memória-tempo-espaço, a dissecação dos discursos masculinos, tendo a palavra Projeto em vez de grupo ou companhia, dando a idéia de que estaremos sempre em uma pesquisa que está em constante movimento e mudança, e deixando-nos sempre aberto para entrada e saída de novos participantes. Adotamos a alcunha II Perdidos como um conceito poético revelando toda a carga humana perdida e contraditória das personagens Tonho e Paco, trazendo isso como um discurso formal e artístico do projeto.

O Teatro de Fragmentos surgiu para deixar maior todo o nosso campo conceitual e artístico. O Projeto II Perdidos foi aos pouco se transformando em Teatro de Fragmentos, mas este não é somente o Projeto II Perdidos, ele é agora o Projeto Fragmentos Plinianos que abraça todo o pensamento do autor Plínio Marcos. Tivemos mostras do Projeto II Perdidos, mas nunca podemos saber exatamente a data término dele, somente que o tempo do produto final não tomou conta.

A idéia de fragmentos surge da necessidade de revelar os discursos de uma sociedade que tem o seu ritmo de vida fragmentado pelo ritmo do tempo do relógio do trabalho, e também - porque não? - o tempo escatológico das religiões dominantes, pelo ritmo seriado dos programas midiáticos, pela determinação de fazer algo de acordo com a sua idade. Tudo isso não seriam construções de um tempo histórico? Sabemos que somos responsáveis pela nossa parte, dentro deste todo. Mas este todo se torna um fim que jamais sabemos o que é? Quando fazemos um fragmento de uma cena, podemos, somente através dela, revelar e trazer à tona os discursos deste próprio fragmentado e - quem sabe? -  se pertinente a estrutura deste todo. O Teatro de Fragmentos não faz uma apologia de um todo, ou de uma união destes fragmentos que na verdade não leva uma reflexão aprofundada da coisa.

- Quando um objeto se espatifa no chão, jamais poderá ser igual ao que era antes, quando à tentativa de colar-los. Mas ele pode revelar outras formas, tão potentes, provocativas e reflexivas tão quanto ou mais que anteriormente.
 

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